segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Memórias...

Tive a sorte de ter excelentes professoras de português durante o meu percurso escolar, além de "amar" a disciplina. Algumas davam-nos temas "originais", que faziam soltar a nossa imaginação e criatividade. Eis um exemplo disso, quando era o nº 20, do 9º ano, 5ª turma. Nessa altura era muito "naif", claro...

"A Lâmpada Concreta"

Era noite fechada, toda a cidade dormia a sono solto. A altura ideal para as lâmpadas da Escola Secundária de Benfica começarem a sua reunião.
Presidente das Lâmpadas:
Pouco barulho! Está aberta a sessão!..
Como sei que há muitas reivindicações a fazer podem começar por dizer as vossas queixas. Peço a vossa colaboração!..
Primeira Lâmpada (assustada):
Ontem... à tarde... um rapaz muito mau... partiu o meu pai. Estava com um pau enorme, e zás, teve logo que bater naquele candeeiro... onde estava o meu...
Segunda Lâmpada (enfurecida):
Esta gente da cidade não se comporta como seres humanos que são, mas sim como animais irracionais!..
Presidente das Lâmpadas:
Realmente, ninguém tem respeito por nós!..
Tratam-nos como objectos sem sentimentos, mas as lâmpadas sofrem tanto como qualquer indivíduo!..
O pior é que também não ligam à lâmpada concreta!..
Terceira Lâmpada:
O que é isso de “lâmpada concreta”? Presidente das Lâmpadas:
Lâmpada concreta é o esforço que os trabalhadores das fábricas fazem, para nós agora estarmos aqui, a iluminar a Escola. Quarta Lâmpada:
Essa sua conclusão, sobre lâmpada concreta está muito bem pensada. Estes alunos!..
Quinta Lâmpada:
Ouçam a minha ideia. E que tal fazermos uma greve, afinal também temos esse direito!..
Talvez assim eles nos prestassem mais atenção, e olhassem também ao trabalho dos outros. Todas as lâmpadas em coro:
De acordo!.. Vamos a isso!..
Durante vários dias as lâmpadas recusaram-se a acender, mas nem mesmo assim os alunos adquiriram mais consciência.

Conclusão

Isto é o exemplo do que acontece nas Escolas constituídas por alunos que não pensam, e o seu sonho é destruir tudo o que os rodeia.

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