quarta-feira, 30 de abril de 2008

Rita Coolidge

Outside the rain begins and it may never end
So cry no more
On the shore a dream will take us out to sea
Forever more, forever more
Close your eyes and dream
And you can be with me
'Neath the waves through the caves of hours
Long forgotten now
We're all alone, we're all alone
Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out, let it all begin
Learn how to pretend
Once a story's told
It can't help but grow old
Roses do lovers too so cast
Your seasons to the wind
And hold me dear, oh hold me dear
Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out, let it all begin
All's forgotten now
We're all alone, oh we're all alone
Close the window calm the light
And it will be alright
No need to bother now
Let it out, let it all begin
Owe it to the wind, my love.

We´re all Alone

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Estrela da Tarde

Carlos do Carmo

Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto
Tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite,
Para haver outro dia.

(Refrão)
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça
e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.

Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos nocturnos silêncios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.

Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.

(Refrão)

Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto!

Composição: Ary dos Santos e Fernando Tordo

José Mário Branco

Eu Vim de Longe

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de Maio começou
Eu olhei para ti
E então eu entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos que cantei
Foram frutos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então eu entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou

E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

Quando eu finalmente quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser

Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar

Com o que temos pra nos dar

Zeca Afonso

Traz outro Amigo Também


Amigo

Maior que o pensamento

Por essa estrada amigo vem

Por essa estrada amigo vem

Não percas tempo que o vento

É meu amigo também

Não percas tempo que o vento

É meu amigo também



Em terras

Em todas as fronteiras

Seja bem vindo quem vier por bem

Se alguém houver que não queira

Trá-lo contigo também



Aqueles

Aqueles que ficaram

(Em toda a parte todo o mundo tem)

Em sonhos me visitaram

Traz outro amigo também

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A magia do Oriente-Capítulo 1


Sempre vi a dança como uma forma de estar na vida, uma “arte”, fascina-me!
Assumiu e assume um papel fundamental no desenvolvimento do ser humano, serviu para tentar explicar a nossa própria existência. O facto dos nossos antepassados dançarem contribuiu para a evolução psicológica do ser humano, experimentando inúmeras sensações, emoções e sentimentos vividos pelo recurso a essa mesma arte.
Pesquisei um bocadinho na Net, e conclui que a história da dança oriental ou do ventre é antiga e complexa, envolvendo culturas muito diferentes e tendo-se desenvolvido sobre as mais variadas formas. Como tal, acredita-se que possa ter nascido em mais de um lugar ao mesmo tempo.
É conhecida na Grécia como “Cifte Telli”, na Turquia como “Rakkase” e no Egipto como “Raks Sharki” (literalmente, significa dança do Oriente).
Aparentemente, a origem desta dança remonta aos rituais de fertilidade da antiguidade, rituais estes que eram comuns a todas as civilizações antigas e celebrados, entre outros, nos templos da antiga Índia. Outras teorias, dizem que esta dança veio do Egipto antigo e era praticada por altas sacerdotisas há mais de cinco mil anos, em rituais para a Deusa Ísis. Também se crê que a dança existiu nas cortes como um meio de exprimir arte, tanto sob o império romano quanto mais tarde no império otomano (Turquia). Durante esta época, imagina-se que esta possa ter-se espalhado por todo o Mundo Árabe.
Penso que exprime um misto de erotismo e feminilidade que toda a mulher tem, mas na maior parte das vezes se encontra escondido. Esta dança, em particular, exibe-o. Através dos seus movimentos que se assemelham a leves ondulações, o corpo é “usado” com graça e harmonia q.b. Sem nunca esquecer a sensualidade e a beleza.
Experimentei uma aula esta semana no ginásio que frequento.
Não foi memorável, é certo. Estava apenas com muita curiosidade e não levei “traje a rigor”, acabando por não encarnar devidamente a personagem. Saias que flutuam, com adornos sugestivos e algo barulhentos, que traduzem o maneio das ancas. Não faltou, porém, esforço e vontade da minha parte.
A meu favor tenho talvez algum sentido rítmico, contudo, já verifiquei que o caminho é longo e a aprendizagem também.
Gostei, talvez volte. Agradam-me os desafios.
Desta vez com a indumentária certa e disposta a enfrentar as dificuldades inerentes a uma “caloira” nesta área. Sempre com um sorriso!..

quinta-feira, 10 de abril de 2008

E depois do Adeus...

Quis saber quem sou
O que faço aqui
Quem me abandonou
De quem me esqueci
Perguntei por mim
Quis saber de nós
Mas o mar
Não me traz
Tua voz.

Em silêncio, amor
Em tristeza e fim
Eu te sinto, em flor
Eu te sofro, em mim
Eu te lembro, assim
Partir é morrer
Como amar
É ganhar
E perder


Tu vieste em flor
Eu te desfolhei
Tu te deste em amor
Eu nada te dei
Em teu corpo, amor
Eu adormeci
Morri nele
E ao morrer
Renasci


E depois do amor
E depois de nós
O dizer adeus
O ficarmos sós
Teu lugar a mais
Tua ausência em mim
Tua paz
Que perdi
Minha dor que aprendi
De novo vieste em flor
Te desfolhei...


E depois do amor
E depois de nós
O adeus
O ficarmos sós

"E Depois do Adeus"
Paulo de Carvalho
Música: José Calvário
Letra: José Nisa

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Somos Livres...


ERMELINDA DUARTE

Ontem apenas
fomos a voz sufocada
dum povo a dizer não quero
fomos os bobos do rei mastigando desespero.


Ontem apenas
fomos o povo a chorar
na sarjeta dos que, à força,
ultrajaram e venderam
esta terra, hoje nossa.


Uma gaivota voava, voava,
asas de vento,
coração de mar.
Como ela, somos livres
somos livres de voar.


Uma papoila crescia, crescia
grito vermelho
num campo qualquer.
Como ela somos livres,
somos livres de crescer.


Uma criança dizia, dizia
"quando for grande não vou combater".
Como ela, somos livres,
somos livres de dizer.


Somos um povo que cerra fileiras,
parte à conquista do pão e da paz.
Somos livres, somos livres,
não voltaremos atrás.

Programa "Vozes de Abril"


VOZES DE ABRIL
Produção A25A / RTP / Coliseu dos Recreios / 4 Abril 2008
PROGRAMA

Bandas da Marinha, do Exército e da Força Aérea
Marcha do MFA

Estudantina de Lisboa
Desfolhada
Tourada

Vozes da Banda Residente
Filhos da Madrugada
Vejam Bem
Senhor Morgado
Canta Amigo canta

Lua Extravagante (Vitorino, Janita Salomé, Carlos Salomé e Filipa Paes)
A Morte Saiu à Rua
Ronda das Mafarricas
Canto Moço

Manuel Freire
Ei-los que partem
Pedra Fiilosofal

Cantores e Banda Residente
Cantam Luís Cília

Helena Vieira e Coro dos Meninos
Malmequer
Eu Fui Ver a Minha Amada
Gaivota
Banda Residente
Fado Desertor


Waldemar Bastos
Velha Chica

José Barata Moura
Vamos Brincar à Caridadezinha

Pedro Barroso
Menina dos Olhos de Água

INTERVALO

Luís Goes e Carlos Carranca
Cantiga Para quem Sonha
Trova do Vento que Passa

Samuel
Cana Verde

Francisco Fanhais
Utopia
Parque

Maria Barroso
poema

Luíza Basto e João Fernando
Tejo que Levas as Águas
Vagabundo do Mar

José Fanha
Sou Português Aqui

José Jorge Letria
Arte Poética

Carlos Alberto Moniz
Capitães da Alegria
Joaquim Pessoa
Poema

Carlos Mendes
Ruas de Lisboa
Alcácer que Vier

Fernando Tordo
Cavalo à Solta
Estrela da Tarde
Tourada

Manuel Alegre
Poema

Tino Flores
Abril a Florir

Cantores e Banda Residente
Alípio de Freitas

Couple Coffe
Balada de Outono

INTERVALO

Brigada Vítor Jara
Marião

Haja Saúde
O Barco vai de Saída

João Alvarez e Durval Moreirinhas
“Medley” de Carlos Paredes

Maria do Amparo e Lúcia Moniz
Peguei no Cesto à Tardinha
João Afonso canta
José Afonso

Jacinta
Canção de Embalar

Cantores e Banda Residente
A Paz, o Pão, a Habitação

Erva de Cheiro
Que força é essa

Vítor de Sousa
Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

José Mario Branco
Eu Vim de Longe

Patxi Andion

Grupos Corais Alentejanos
Grândola

Apresentação:
Júlio Isidro e Sílvia Alberto

Os significados de Abril...


É um mês de grandes histórias. Com maior ou menor grau de importância, consoante o que cada um viveu ou deu de si.
Em 1974 eu era demasiado nova para me aperceber das mudanças que ocorreram, por isso associo Abril ao cheiro e à cor dos cravos vermelhos, que me agradam deveras, até hoje. Desde essa altura julgo que tenho crescido enquanto pessoa e possuo as minhas próprias convicções, se bem que na maioria das vezes prefira guardá-las para mim.
Para o meu pai, um dos capitães de Abril, este já deve ter um lugar muito particular, corresponde decerto a um turbilhão de emoções, sonhos e desejos.
Este ano aceitei o seu simpático convite para assistir à Gala “Vozes de Abril” no Coliseu dos Recreios, comemorativa dos 25 Anos da Associação 25 de Abril, e que teve lugar no dia 04 de Abril, cerca das 21H30. Terminou um pouco além do horário previsto, por volta das 3H30 da madrugada. Por esse motivo houve um único intervalo. Vai ser transmitida na RTP 1, no dia 25 de Abril.
No geral, o balanço foi positivo, correspondeu às expectativas e teve bons momentos.
A multidão era imensa, apesar de não ter conseguido encher totalmente o Coliseu. Perto de mim estavam duas seniores com graça, deveras conversadoras e participativas, apesar das suas “mazelas”. Mas isto foi só um aparte.
Como me considero uma pessoa discreta e pouco dada a grandes manifestações públicas, já o disse aqui, esta é a minha forma de homenagear Abril e todos aqueles/aquelas que acreditaram e o tornaram possível. Bem haja! Abriu-nos tantas portas...
Parabéns também ao conjunto de pessoas que deram voz e corpo ao espectáculo que visionei, ou colaboraram através de outros meios.
Seguidamente transcrevo o respectivo programa, para dar conhecimento e também para que eu o possa recordar, mais tarde... Como podem verificar, é extenso.