terça-feira, 12 de agosto de 2008

Fiquem bem e até breve... Boas férias ou Bom trabalho...

António Variações foi sem dúvida uma figura notável! Um homem, cantor "muito à frente" no seu tempo. Estará vivo enquanto for recordado.

Esta canção relembra-nos que cada dia conta, é precioso e não pode ser desperdiçado.

De vez em quando é bom...

Deslumbrar-nos com "pequenas grandes coisas"
Sentir a leve brisa do vento a acariciar-nos a pele
Abrir as Janelas à Vida

António Variações - "É p´ra Amanhã"


É p'ra amanhã
Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar

Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que não faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual

É p'ra amanha
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo de quem diz que está p'ra durar

Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Então tu queres mas é tarde demais

É p'ra amanha
Deixa lá não faças hoje
Porque amanhã tudo se há-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar

Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece não consegues gostar
E do que gostas já está preenchido



Já sinto saudades vossas.
Beijo doce e mil sorrisos :)))

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

À Deriva...



“Perfeito!” Sentia-se uma diva naquele vestido preto. Espalhou algumas gotas de perfume, cuidadosamente, por detrás das orelhas e no pescoço. Ia calçar as sandálias prateadas (oxalá o verniz já estivesse seco), quando…
“O meu brinco, falta-me um brinco!” Nesse momento soou a campainha. “Não pode ser. Deus não existe!” Já estava um pouco atrasada e aquele jantar era demasiado importante. Finalmente, Ele tinha-a convidado. Teria de “voar” até ao restaurante.
Outra vez. Aquele som inoportuno estava a deixa-la louca. Conhecia o toque, era-lhe familiar. Pertencia à vizinha de cima, uma “solteirona incorrigível”, famosa pelas suas histórias fantásticas, intermináveis e cheias de pormenores. Deveria ter alguma recente e andava à procura de mais uma “vítima” com quem a partilhar (provavelmente já a tinha repetido dezenas de vezes). Insistia. Que falta de bom senso! Matilde tinha dificuldade em dizer “não”, apesar de saber que em muitos casos temos de dizer não aos outros para dizer sim a nós próprios. Tinha parado. Espreitou pelo buraco da fechadura. Continuava lá, especada, com aquele ar tristonho de “cãozinho abandonado”. Talvez à espera de um milagre. Não lhe queria mal. Era apenas uma pessoa solitária a precisar de mimos em jeito de conversa, alguém que lhe desse “colo”. Não conseguia ficar indiferente.
Precisava de sair, mas como? Ligou, porém Ele não atendia. Deixou-lhe um sms onde dizia “Aconteceu um imprevisto. Chego mais tarde. Por favor, não te vás embora. Beijos”. Se calhar, estava zangado e nem lhe queria falar. Já passava bastante da hora combinada, muito mesmo. Olhou de novo lá para fora. Finalmente, o caminho estava livre. Respirou fundo. Reparou no brinco que lhe faltava, caído, perto do espelho. Talvez, Ele ainda estivesse lá… Porém, quando abriu a porta, hesitou. Ficou ali alguns instantes parada, sem reacção, meio tonta. Depois, desceu com vontade de subir.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Amar... Amar... Amar...

Hoje acordei ao som da voz da Maria Bethânia. Grande voz! Deu-me uma imensa vontade de fazer um Post...
Esta canção mexeu, mexe comigo. Pela sua intensidade, o jogo de palavras. Presente também na poesia do texto que é declamado, e principalmente sentido, antes da própria canção. Quando o escutamos ficamos presos a ele.

Maria Bethânia - "Um jeito estúpido de te amar"




Eu sei que eu tenho um jeito
Meio estúpido de ser
E de dizer coisas que podem magoar e te ofender
Mas cada um tem o seu jeito
Todo próprio de amar e de se defender
Você me acusa e só me preocupa
Agrava mais e mais a minha culpa
Eu faço, e desfaço, o contrafeito
O meu defeito é te amar demais
Palavras são palavras
E a gente nem percebe o que disse sem querer
E o que deixou pra depois
Mais o importante é perceber
Que a nossa vida em comum
Depende só e unicamente de nós dois
Eu tento achar um jeito de explicar
Você bem que podia me aceitar
Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser
Mas é assim que eu sei te amar

Composição: Isolda e Milton Carlos
Canta: Maria Bethânia